Estrela-do-mar

Era uma vez um escritor que morava numa praia tranquila, próxima de uma colónia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava, à beira do mar, para se inspirar e à tarde, ficava em casa a escrever pois era um dos seus passatempos preferidos.
Certo dia, quando este caminhava pela praia, viu um vulto, ao longe, que parecia estar a dançar. Ao chegar perto, reparou que se tratava de um jovem que apanhava estrelas-do-mar da areia, para, uma a uma mandá-las de volta para o oceano.
- "Por que é que tu estás a fazer isto?" - perguntou o escritor.
- "Você não vê?" - explicou o jovem, que alegremente continuava a apanhar e a mandar as estrelas ao mar…
- "A maré está a vazar e o sol a brilhar muito forte... e elas irão secar e morrer, se ficarem aqui na areia."
O escritor espantou-se com a resposta e disse com paciência:
- "Jovem, existem milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia. Tu mandas algumas poucas de volta ao oceano, mas a maioria vai voltar, á areia, de qualquer jeito. De que te adianta tanto esforço, se não vai fazer qualquer diferença?”
O jovem abaixou-se e apanhou mais uma estrela que estava na areia, e sorriu para o escritor e disse:
- "Para esta aqui faz....", e mandou-a de volta ao mar.
Naquela noite o escritor não conseguiu escrever, nem sequer dormir. Pela manhã, voltou à praia, procurou o jovem, uniu-se a ele, e, juntos, começaram a mandar estrelas-do-mar de volta, ao mar.


Com este texto quero apenas dizer que os idosos não são, nem mais nem menos que todos nós. Todos temos o direito à vida e á diversão. Por isso, divirtam-se! Novos e menos novos... quantos mais forem os que estiverem na brincadeira, maior será a alegria que nela pairará.